quarta-feira, 7 de julho de 2021

Quanto tempo durou cada praga que Deus mandou ao Egito? 



(1) Com relação a tempo, observamos na primeira praga que Deus orienta Moisés da seguinte forma: “Vai ter com Faraó pela manhã; ele sairá às águas; estarás à espera dele na beira do rio, tomarás na mão o bordão que se tornou em serpente” (Êxodo 7:15). Observamos aqui que o aviso que antecede a primeira praga ocorre na manhã desse dia e também o início dessa praga ocorre nessa mesma manhã: “Fizeram Moisés e Arão como o SENHOR lhes havia ordenado: Arão, levantando o bordão, feriu as águas que estavam no rio, à vista de Faraó e seus oficiais; e toda a água do rio se tornou em sangue” (Êxodo 7:20). As consequência dessa primeira praga atingem fortemente o Egito e o texto nos dá ainda mais uma informação sobre tempo: “Assim se passaram sete dias, depois que o SENHOR feriu o rio” (Êxodo 7:25).
Temos aqui então: primeira praga (7 dias decorridos).

(2) Na sequência, ao final desses sete dias, mais um recado deveria ser dado a faraó sobre a segunda praga, que foram as rãs (Êxodo 8:1-4). Deus manda, então, que Arão faça o sinal: “Arão estendeu a mão sobre as águas do Egito, e subiram rãs e cobriram a terra do Egito” (Êxodo 8:6). Na sequência da história os magos de Faraó fizeram o mesmo com suas ciências ocultas (Êxodo 8:7). Faraó chama Moisés e pede que rogue a Deus para que as rãs sejam tiradas. Moisés estabelece a faraó quando ele queria que as rãs saíssem. Faraó diz que no dia seguinte: “Ele respondeu: Amanhã. Moisés disse: Seja conforme a tua palavra, para que saibas que ninguém há como o SENHOR, nosso Deus” (Êxodo 8:10). Aqui a Bíblia não cita de forma exata quantos dias se passaram entre o aparecimento das rãs, os magos fazerem suas ciências ocultas e o pedido de oração de faraó para Deus tirar as rãs. No entanto a narrativa aponta para poucos dias.
Temos aqui então: primeira praga (7 dias decorridos) + Tempo total desconhecido da praga de rãs 

(3) Houve alívio da praga de rãs, Deus as tirou (Êxodo 8:15), porém, o texto também não relata quantos dias de alívio. Na sequência Deus envia a terceira praga: “Fizeram assim; Arão estendeu a mão com seu bordão e feriu o pó da terra, e houve muitos piolhos nos homens e no gado; todo o pó da terra se tornou em piolhos por toda a terra do Egito” (Êxodo 8:17). Os magos não puderam imitar essa praga (Êxodo 8:18) e o coração de faraó continuou duro. Aqui não temos qualquer menção de tempo que essa praga durou.
Temos aqui então: primeira praga (7 dias decorridos) + Tempo total desconhecido da praga de rãs + Dias de alívio da praga de rãs não mencionados + Terceira praga sem quantidade de dias mencionados no texto.

(4) A quarta praga inicia com uma ordem de Deus para irem até faraó pela manhã (Êxodo 8:20-22). Deus avisa que no dia seguinte essa praga ocorreria: “Farei distinção entre o meu povo e o teu povo; amanhã se dará este sinal” (Êxodo 8:23). Aqui temos a menção de que um dia depois desse encontro ocorreria o sinal. A praga acontece e faraó tenta convencer Moisés e fazer um acordo para a saída deles (Êxodo 8:24-28). Fica acordado que Moisés iria interceder para que as moscas saíssem um dia depois desse encontro: “Respondeu-lhe Moisés: Eis que saio da tua presença e orarei ao SENHOR; amanhã, estes enxames de moscas se retirarão de Faraó, dos seus oficiais e do seu povo; somente que Faraó não mais me engane, não deixando ir o povo para que ofereça sacrifícios ao SENHOR” (Êxodo 8:29).

Temos aqui então: primeira praga (7 dias decorridos) + Tempo total desconhecido da praga de rãs + Dias de alívio da praga de rãs não mencionados + Terceira praga sem quantidade de dias mencionado no texto + Aviso sobre a quarta praga + 1 dia depois começa a quarta praga + Faraó tenta convencer Moisés a fazer um acordo e Moisés ora para que a praga cessasse 1 dia depois.

(5) Conforme demonstrei até aqui é impossível estabelecer uma quantidade de dias exatos entre as pragas. A narrativa não tem como foco detalhar os dias de uma forma cronológica, o que dificulta sabermos de forma exata esses períodos de tempos entre as pragas. No entanto, podemos perceber que não se passam tantos dias entre uma praga e outra, o que nos faz compreender que houve uma sequência arrasadora entre elas. Abaixo coloco agora um resumo do restante das pragas:

– A quinta praga começa com um encontro de Moisés com faraó avisando sobre a praga. Ela iria acontecer um dia após esse encontro. Novamente não sabemos quanto tempo se passou entre o final da praga anterior e esse aviso sobre a quinta praga (Êxodo 9:1-7).

– A sexta praga começa com uma ordem de Deus de que Moisés e Arão apanhassem cinza de forno e atirassem para cima. Novamente não temos qualquer menção sobre o tempo decorrido entre o fim da praga anterior, o começo dessa praga e nem a duração total dela (Êxodo 9:8-12).

– A sétima praga começa com Moisés indo levar mais um recado a Faraó sobre a gravidade dessa sétima praga. Deus mandou Moisés ir pela manhã. A praga é marcada para um dia depois. A praga acontece. Faraó manda chamar Moisés e Arão enquanto a chuva de pedras ocorria. Moisés, na sequência, ora para que a chuva cessasse. Também não temos aqui a citação de dias exatos que durou essa praga. Ao que parece foi uma praga mais rápida devido a força das chuvas (Êxodo 9:13-35).

– A oitava praga começa com uma nova visita de Moisés a faraó, ordenada por Deus em Êxodo 10:1-2. Não temos a citação de quanto tempo depois da sétima praga ocorreu esse encontro. Ela também é marcada para o dia seguinte ao encontro (Êxodo 10:4). Faraó faz propostas a Moisés e Arão, que não são aceitas. A praga acontece e o faraó chama novamente Moisés para que tirasse os gafanhotos dali, pedindo a Deus. Não temos a citação do tempo que durou a praga.

– A nona praga acontece com a ordem de Deus para que Moisés erga suas mãos para o alto (Êxodo 10:21). O texto não diz quanto tempo depois da oitava praga ocorre essa. O texto explica que as trevas ficaram por 3 dias onde moravam os egípcios (Êxodo 10:22). Faraó manda chamar Moisés, porém, não houve acordo para a saída dos filhos de Israel.
– Deus anuncia os detalhes da última praga, que também são comunicados a faraó no mesmo contexto da praga anterior (Êxodo 11:8). Aqui temos agora um relato de datas e meses. A décima praga começa a ser preparada no dia 10 do mês de Abibe ou Nisã (Êxodo 12:3), quando o animal seria escolhido para o que veio a ser a páscoa judaica (Êxodo 12:27). E foi na noite do dia 14 do mês de Nisã que os animais de cada família foram imolados, o sangue passado nas portas e à meia noite os primogênitos de todo o Egito morreram (Êxodo 12:29).

(6) Como podemos perceber não é simples estabelecer um tempo exato entre a primeira praga e essa última. Mas, de fato, a narrativa nos comunica que não se passaram tanto tempo entre uma e outra, fato este que fez com que o Egito ficasse arrasado (Êxodo 10:7). Se houvesse muito tempo entre as pragas o Egito teria possibilidade de recuperação, o que Deus não queria naquele momento, já que o Egito estava sob o juízo do Senhor.

Fonte: https://www.esbocandoideias.com/ - Postado por Presbítero André Sanchez



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