DICA DE SAÚDE DA SEMANA
VOCÊ JÁ OUVIU FALAR EM SÍNDROME DO ALCOOLISMO FETAL?
A
síndrome do alcoolismo fetal (SAF) se dá por um conjunto de sintomas
que o feto apresenta proveniente de uma ingestão exacerbada de bebidas
alcoólicas pela mãe durante o período préconcepção e durante a fase
gestacional; isso resulta em atrasos no desenvolvimento físico e mental
do bebê.
O grau de acometimento do feto depende da quantidade de álcool
ingerida pela mãe, mas também do período gestacional em que houve o
consumo. Na maioria das vezes, os bebês nascidos com essa síndrome são
pequenos para a idade gestacional e têm algumas características em comum
no rosto, como olhos e cabeça pequenos, nariz curto e lábio superior
fino.
Os sintomas apresentados por essas crianças são atraso no
desenvolvimento neuropsicomotor e déficit de crescimento. A SAF é
considerada atualmente, a maior causa de déficit intelectual prevenível
em todo o mundo. Dentre os fatores de risco associados à síndrome estão
idade materna acima de 25 anos, três ou mais gestações anteriores,
início precoce da ingestão de álcool, ingestão do álcool no primeiro
trimestre da gravidez, histórico de gravidez anterior com parto
prematuro ou natimorto e também uma ingestão de bebida alcoólica numa
frequência de cinco ou mais doses por vez e 2 ou mais vezes na semana.
Além desses fatores, essa síndrome ocorre mais comumente em fetos de
mulheres de baixo padrão sócioeconômico e que estão associadas à
depressão e consumo de álcool por seu companheiro ou por outros
familiares.
Além
das alterações faciais anteriormente citadas, o bebê pode apresentar
como sintomas problemas na linguagem, dificuldade de aprendizagem e
socialização, QI baixo, distúrbios de comportamento, problemas de
memória a curto prazo, dificuldade de coordenação, hiperatividade,
déficit de atenção, alterações na audição e na visão, microcefalia,
baixo peso ao nascer e baixo ganho de peso, assim como alterações
neurológicas como convulsões, alterações renais e cardiopatias
congênitas.
Os sintomas são muitos pois a passagem do álcool pela
placenta, assim como o grau de metabolização pelo fígado da mãe podem
variar bastante. O diagnóstico dessa síndrome não é tão fácil, já que
não pode ser confirmada com exames laboratoriais e existem outros
distúrbios comportamentais com características semelhantes. Entretanto,
pode ser diagnosticada por um pediatra pela observação dos sintomas e do
comportamento da criança.
Ademais, o médico também leva em consideração
a história materna de uso de álcool. Essa síndrome não apresenta cura,
pois as lesões que acometem o sistema nervoso central são permanentes,
contudo há tratamento, que pode incluir medicações para os sintomas,
terapia comportamental, fisioterapia ou até mesmo cirurgia para
minimizar ou tratar determinados problemas associados, como
cardiopatias. Um diagnóstico precoce e um acompanhamento especializado
auxiliam bastante na melhora da qualidade de vida.
Enfermeira Rebeca Revorêdo Sinedino
Nenhum comentário:
Postar um comentário