Por que a Bíblia diz para não sermos demasiadamente justos, nem exageradamente sábios?
Por que não ser demasiadamente justos, nem
exageradamente sábios?
(1) O
texto que iremos estudar diz o seguinte: “Não
sejas demasiadamente justo, nem exageradamente sábio; por que te destruirias a
ti mesmo?” (Eclesiastes 7:16). A primeira pergunta que
precisamos responder é o que Salomão quer dizer por “demasiadamente justo” e
também por “demasiadamente sábio”? Aqui temos pelo menos duas possibilidades
interpretativas:
(2) A
primeira: Salomão, usando sua experiência de vida e de observação, teria
entendido aqui que nem sempre ser justo significa bênçãos e nem sempre pecar
gera punição nesta terra: “Tudo isto vi nos dias da minha
vaidade: há justo que perece na sua justiça, e há perverso que prolonga os seus
dias na sua perversidade” (Eclesiastes 7:15). Isso teria
levado Salomão a pensar que o melhor seria um “meio-termo”. Ou seja, para que
ser tão justo se isso nem sempre garante bênçãos aqui? Para que ser tão sábio
se isso nem sempre é reconhecido nessa terra?
É claro que esse pensamento não
é bíblico. Se essa interpretação for correta, temos aqui um erro de julgamento
de Salomão, que deve ser compreendido dentro desse contexto, ou seja, o
contexto de alguém que está olhando somente essa vida e, por isso, tem uma
visão superficial. A Bíblia sempre nos chama ao mais alto padrão de justiça
possível e isso nunca é reprovado na Bíblia!
(3) Uma
segunda visão interessante é que Salomão esteja aqui usando de uma ironia. Isso
nos levaria a entender que quando ele diz “demasiadamente justo” e
“exageradamente sábio” esteja falando de pessoas que falam isso de si mesmas,
que pensam isso de si mesmas. Ou seja, pessoas que se acham muito justas e
sábias e fazem disso uma autopromoção pessoal.
Se essa interpretação estiver
correta, Salomão está criticando pessoas que se preocupam demais com sua
reputação, em “parecer justas e sábias”, ao ponto de forçar atos de justiça e
sabedoria extremas para se mostrar aos outros. Evidentemente que atitudes
assim, digamos, vazias, logo serão percebidas e causarão o efeito contrário,
destrutivo. Sendo assim, Salomão orienta aqui que esse tipo de comportamento
não deveria ser adotado, pois é destrutivo.
(4) A
meu ver essa segunda interpretação é bem harmônica com o contexto próximo e
também com o contexto mais amplo. Por exemplo, vemos críticas duras de Jesus
aos fariseus que forçavam atos de justiça para serem elogiados, vistos, o que
foi muito criticado pelo Senhor Jesus: “Amam
o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas, as
saudações nas praças e o serem chamados mestres pelos homens” (Mateus 23:6-7).
Dessa forma, podemos compreender
que ser justo e sábio é algo que deve brotar de um coração sincero, com
objetivos sinceros, nunca para uma autopromoção pessoal, orgulhosa, altiva, que
nos leve a fazer coisas apenas para receber elogios, títulos, recompensas. A
missão mais central da justiça e sabedoria é honrar a Deus e nos conduzir a
caminhos santos que agradam ao Senhor! E para isso não há limite, quando mais
melhor, mas, claro, da forma certa que agrada a Deus!
Nenhum comentário:
Postar um comentário