Quando eu sei que tenho maturidade cristã?
“Eu sou a videira; vocês são
os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; pois sem
mim vocês não podem fazer coisa alguma. ” João 15:5
Embora eu seja jovem, tenho apenas 34 anos, nasci “na igreja” e, por ser
filho de pastor, tive a oportunidade de crescer e vivenciar inúmeras etapas nas
vidas de pessoas da igreja. Assim, vejo que muitos erram por não terem
amadurecido “espiritualmente falando”. Muitas pessoas ainda não entenderam como
é nosso relacionamento com Deus e como Ele trabalha na nossa vida.
Daí você me pergunta: “Então me diz, André, como deve ser nosso
relacionamento com Jesus?”.
Minhas resposta é simples : “Da maneira que o próprio Jesus disse que
era para ser”.
Jesus, em um de seus últimos momentos com os discípulos, explicou como é
o trabalhar e o relacionar-se de Deus com os homens. Para exemplificar, ele
usou a figura de uma árvore, uma videira. Ele disse que Ele era a videira
verdadeira, o Pai era o agricultor e nós, os ramos.
Sabe qual é o grande problema hoje? É que lemos esta passagem de maneira
errada. Nós lemos assim: “Eu sou a videira verdadeira, e o meu pai é o gênio da
lâmpada”. Cá pra nós, ninguém quer um Deus agricultor. Porque, agricultura e
jardinagem envolvem processos que demoram muito.
Mas lamento informar, Jesus ao exemplificar usou exatamente essa
ilustração. Pois, Deus trabalha no processo, de maneira muitas vezes lenta, ao
nosso entender. Portanto, existem coisas que antes de Ele as dar para nós, Ele
quer trabalhar dentro de nós. E o que isso significa?
Significa que a maturidade cristã existe quando a rotina se torna a
recompensa. Continua não entendendo? Vou simplificar.
Eu tenho um cunhado que morou muito tempo no exterior. Ao voltar para o
Brasil, o Netinho estava obeso e com uma autoestima dilacerada. Ele resolveu
fazer esporte para alcançar uma “recompensa”; que era ficar magro. Entrou
primeiro no basquete, depois na natação; mas se encontrou mesmo nas artes
marciais, muay thai. Então, iniciou a luta. Ele treinava todos os dias. E,
depois de rápidos seis meses, se livrou de mais de 25 quilos.
O interessante é que ele ficou magro como queria, atingiu a “recompensa”
que esperava, porém continuou lutando muay thai. Eu perguntei porque ele
continuava se exercitando, já que tinha alcançado o objetivo. Ele respondeu
assim: “Eu continuo fazendo muay thai porque eu gosto!”.
Foi aí, que me veio aquele momento “arrá!”. Isso é maturidade. Entenda.
Ele entrou em uma rotina para alcançar a recompensa. No entanto, depois de
atingir a recompensa, ele continuou com a rotina, porque agora a recompensa
dele havia mudado. A própria rotina havia se tornado a recompensa.
Assim é na vida cristã: buscamos a Deus, oramos, vamos à igreja atrás de
uma bênção, de uma cura, de uma namorada, de um esposo, de dinheiro… Daí muitos
largam a igreja uma vez que são curados, casam, ganham dinheiro. Mas o
ensinamento aqui é o seguinte: eu vou à igreja, porque eu gosto de ir. Eu oro a
Deus porque eu gosto de falar com Ele. Eu leio a Bíblia e busco por Ele porque
eu gosto de ler a Bíblia e buscá-Lo.
É preciso entender que o dia que sua rotina se tornar a sua recompensa,
você poderá se considerar um cristão maduro.
André Samuel Câmara é diretor da Rede Boas Novas
Nacional e pastor do Centro de Convenções da Assembleia de Deus em São
Cristóvão – RJ.
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