quarta-feira, 20 de novembro de 2019

MENINA DE DOIS ANOS AJUDA PAIS COM DEFICIÊNCIA VISUAL A CAMINHAR E USAR O CELULAR


A pequena Ana Clara Mello tem apenas 2 anos mas já entende que os pais, que têm deficiência visual, possuem limitações e até consegue orientá-los nas atividades do cotidiano. Morando em Fortaleza com a família, Clarinha, como é chamada, transforma em brincadeira atividades como guiar os passos dos pais, direcionar o dedo da mãe na tela do celular e até sinalizar objetos caídos pelo chão da casa.
As ações foram incentivadas e ensinadas pelos pais, mas também adotadas naturalmente pela própria menina, como conta a mãe de Ana Clara, a cabeleireira Marlene Mello, que possui entre 5 e 10% da visão. “Quando ela tinha uns dez meses, eu a arrumei e falei: ‘filha, mostra para o papai como você está linda’ e eu fiquei pensando em como ela iria mostrar. Ela pegou a mão dele e foi mostrando o laço, a roupa, o sapato”. À medida que ia crescendo, a criança também mostrava para o pai o tamanho do cabelo e nascimento dos dentes.
“Ela sabe que eu enxergo um pouco e sabe que o pai dela precisa mais do que eu, então ela segura na mão do pai dela”, conta.
Marlene perdeu parte da visão por conta de uma hidrocefalia, o acúmulo de líquido no cérebro. “Passei dois meses internada, entre a vida e a morte. Consegui colocar a válvula, mas demorou e, por isso, eu perdi a visão”, relata. A mãe de Clarinha consegue ver vultos com cores, mas não tem definição. “Para mexer no celular, eu uso leitor de tela, não consigo ver o rosto da Clarinha com nitidez, são imagens distorcidas”. Já o pai da criança, Alex Mello, nasceu com retinose pigmentar, doença em que a retina é danificada, e enxerga somente vultos.
O casal se conheceu em um bate-papo na internet e namorou por três meses à distância, ela em Fortaleza e ele em São Carlos, município de São Paulo. “Logo depois ele veio me conhecer e já veio para a gente se casar, nós nos conhecemos no dia do casamento”, lembra Marlene.
Do G1/Ceará


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