DICA DE SAÚDE DA SEMANA
VOCÊ JÁ OUVIU FALAR EM CRIPTORQUIDIA?
A
criptorquidia se dá no momento do nascimento do bebê e se caracteriza
pela ausência de um ou ambos os testículos na bolsa escrotal que não
migraram da cavidade abdominal (local de desenvolvimento dos testículos
quando o feto está dentro do útero) para o escroto na fase de formação
fetal. Há casos em que os testículos não existem, esse evento é
conhecido por agenesia testicular.
A criptorquidia não gera sintomas,
contudo deve ser corrigida o quanto antes através de procedimento
cirúrgico, pois oferece riscos e complicações a longo prazo, como a
infertilidade e o câncer testicular. A formação dos testículos tem
início a partir da 6ª semana de gestação e por volta da 10ª semana eles
migram para a região inguinal, permanecendo assim até 28 semanas. Entre
as 28 e 40 semanas, os testículos migram de forma lenta para a bolsa
escrotal.
Há crianças, é o caso dos prematuros, que esse processo de
migração só se completa semanas ou até mesmo meses após o nascimento.
Estudos comprovam que 90% dos casos de criptorquidia é unilateral
(apenas um testículo não desce) e geralmente ocorre com o testículo
esquerdo. É importante ressaltar que quando o testículo não desce no
período do primeiro ano de vida, o bebê deve ser submetido a uma
avaliação; sendo recomendada a cirurgia, evitando assim que esse
testículo sofra uma lesão permanente.
Estudos
mostram que essa doença provavelmente seja uma combinação de fatores
genéticos, anatômicos, hormonais, ambientais e de saúde materna. Alguns
fatores de risco são conhecidos para que esse quadro ocorra, como:
prematuridade, baixo peso ao nascer, histórico familiar de problemas de
desenvolvimento genital e criptorquidia, tabagismo e etilismo pela mãe
durante a gestação, malformações fetais e exposição dos pais a
determinados pesticidas.
O
maior sinal da criptorquidia é a ausência do testículo na bolsa
escrotal, portanto a palpação do escroto deve fazer parte do exame
físico pediátrico dos recém-nascidos do sexo masculino, fora isso, não
apresenta sintomas. O tratamento é na maioria das vezes cirúrgico, tendo
como objetivo posicionar o testículo na bolsa escrotal; contudo se
durante o procedimento se identificar sinais de atrofia ou inviabilidade
testicular, esse testículo deve ser removido.
A essa cirurgia dá-se o
nome de orquidopexia; ela requer um pequeno corte na região da virilha
ou da bolsa escrotal, devendo ser realizada nas crianças que apresentam
criptorquidia após os seis meses de idade. O procedimento cirúrgico deve
ser realizado antes dos dois anos para melhores resultados, inclusive
em relação à futura fertilidade da criança. Nos casos em que a
criptorquidia é identificada tardiamente, a realização da cirurgia deve
ocorrer dentro do prazo de seis meses.
Enfermeira Rebeca Revorêdo Sinedino
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