segunda-feira, 6 de maio de 2019

DICA DE SAÚDE DA SEMANA

ABORTO ESPONTÂNEO

O aborto considerado espontâneo é aquele que ocorre antes de 20 semanas de gestação. Geralmente acontece quando o feto está com o desenvolvimento anormal e prejudicado e suas causas são complexas de determinar. É considerado a complicação mais comum de uma gravidez. Estudos apontam que de 8% a 20% das gestações com menos de 20 semanas sofrem aborto espontâneo, e cerca de 80% ocorre nas primeiras 12 semanas. 
Também existem casos em que uma mulher pode sofrer um aborto espontâneo antes mesmo de perceber que está grávida. De acordo com o aumento da idade gestacional, seu risco diminui. Apesar de comum, o aborto espontâneo não é uma experiência fácil, muitas vezes é preciso um suporte psicológico para superar a perda do bebê. A maioria dos abortos espontâneos acontece pelo mau desenvolvimento fetal; problemas com genes ou cromossomos podem ocorrer conforme o embrião de divide e cresce, e muito dificilmente são herdados dos pais. 
Algumas anormalidades podem ser: óbito embrionário (há um embrião, mas ele para de desenvolver); ausência do embrião e gravidez molar (consiste em conjunto extra de cromossomos em um ovo fertilizado, o qual transforma o que poderia ser a placenta em uma massa crescente cística, levando à perda da gestação). Também existem casos em que o aborto espontâneo é provocado pelo estado de saúde da mãe, como presença de infecções, diabetes não controlada, problemas uterinos, problemas hormonais, trombofilias e doenças tireoidianas. É importante ressaltar que atividades rotineiras como exercícios físicos, relações sexuais, quedas da própria altura, pequenos sustos e até mesmo o trabalho (quando não há exposição à produtos químicos ou radiação) não provocam o aborto espontâneo. 
Os principais fatores de risco são: idade (mulheres com mais de 35 anos apresentam maior risco de aborto em relação à mulheres mais novas); algumas pesquisam sugerem que mulheres que engravidam de homens mais velhos também apresentam maiores chances de aborto; condições crônicas de saúde (doenças crônicas descontroladas como diabetes e trombofilias); história de abortos anteriores; problemas uterinos ou cervicais; vícios (álcool e drogas); peso (baixo ou em excesso); assim como alguns testes pré-natais invasivos como a amniocentese e a biópsia vilo corial. 
A maioria dos abortos espontâneos ocorre antes de 12 semanas de gestação, quando ocorre nas primeiras 6 semanas a mulher pode nem saber que sofreu um, entretanto alguns sinais podem aparecer como: dor lombar de leve à intensa, dor abdominal ou cólicas (constantes ou intermitentes), sangramento vaginal, coágulo sanguíneo ou jato de líquido claro ou rosado passando pela vagina e diminuição dos sinais gravídicos. É importante saber que a maioria das mulheres que apresenta um sangramento vaginal no primeiro trimestre tem uma gravidez bem sucedida. Dentre os diagnósticos de aborto estão: ameaça de aborto (sangramento com colo do útero fechado. 
Normalmente a gravidez segue sem demais problemas); aborto inevitável (sangramento e útero contraindo ou dilatando, o aborto é inevitável); aborto incompleto (quando algum material fetal ou placentário é expelido); aborto retido (tecidos embrionários e placentários ficam no útero, contudo o embrião já morreu ou nem chegou a se formar); aborto completo (expulsão de todos os tecidos da gravidez); aborto séptico (quando ocorre infecção uterina). Nos casos em que há ameaça de aborto, o médico pode recomendar repouso até o sangramento desaparecer e pode suspender exercícios físicos e atividade sexual para melhorar o conforto da paciente. Por meio de uma ultrassonografia é possível dizer se o embrião foi à óbito ou não se formou. 
Quando o resultado é positivo quer dizer que o aborto vai acontecer, dessa forma as opções são: conduta expectante, ou seja, esperar que o aborto ocorra naturalmente (caso a expulsão não ocorra de forma natural, será preciso um tratamento médico ou cirúrgico); tratamento médico (uma medicação é receitada que ajuda a acelerar o processo de expulsão do tecido da placenta); a medicação pode ser via oral, mas o médico pode recomendar a via vaginal para aumentar a eficácia e reduzir os efeitos colaterais como diarreia e náuseas; além disso há o tratamento cirúrgico chamado dilatação e curetagem, no qual o médico provoca a dilatação do colo uterino, removendo assim o tecido intrauterino. Complicações são raras, mas podem ocorrer, como dano ao tecido do colo do útero ou à parede uterina. Também existe um procedimento chamado de AMIU (aspiração manual intrauterina), em que há a introdução de uma cânula no colo uterino que aspira o material; nesse caso não é preciso dilatar o colo uterino. 
A maior parte dos abortos é provocada por anormalidades genéticas no feto, por isso não há como prevenir. Caso você tenha sofrido um aborto espontâneo, converse com seu médico sobre as possíveis causas e qual o melhor momento para planejar uma futura gestação. Um estilo de vida mais saudável antes e durante a gravidez pode reduzir os riscos do aborto espontâneo. 
Enfermeira Rebeca Revorêdo Sinedino




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