Médicos de igreja evangélica se mobilizam para atender pacientes de Covid-19
Os médicos voluntários fazem o atendimento com membros de todo o Brasil através de uma plataforma online.
O enfermeiro Robson Silva de Souza é responsável pelo projeto da Igreja Cristã Maranata. (Foto: Arquivo Pessoal)
Uma igreja evangélica no Espírito Santo reuniu seus membros que são
profissionais da saúde para atender gratuitamente as pessoas com suspeita de Covid-19. Mais de mil
pessoas já foram atendidas pelo projeto da Igreja Cristã Maranata desde junho
de 2020.
Os médicos voluntários fazem o atendimento com pessoas de todo o Brasil
através de uma plataforma
online. Embora a plataforma seja exclusiva para a Covid-19, quem apresenta
sintomas de outras doenças e comorbidades é diagnosticado e encaminhado para a
unidade de saúde mais próxima da residência.
“Ajudamos o governo a desafogar o sistema público de saúde
fazendo consultas online. A tecnologia, junto com a fé, dão um impulso à
fraternidade entre todos nós da Igreja”, disse à Gazeta o responsável pelo
projeto e enfermeiro, Robson Silva de Souza.
Mais da metade dos pacientes atendidos pela plataforma são de
fora do Espírito Santo, membros da ICM de São Paulo e Minas Gerais. “Isso
aumenta a conectividade entre os membros da Igreja Maranata, fortalecendo os
laços cristãos”, diz o médico Luiz César Ferreira Matias, que atua na área há
17 anos.
Quem sente algum sintoma relacionado à Covid-19 é orientado a
procurar o pastor da igreja por meio de mensagem, e-mail ou ligação — evitando
o deslocamento e contato físico. A partir disso, o pastor faz o agendamento de
forma rápida.
“As consultas são ordenadas por meio de um sistema com se fosse
uma clínica online. Então tem prontuário eletrônico e o médico registra todo o
histórico do paciente que for necessário acompanhar”, explica a secretária do
projeto, Cyntia Fernandes Rosseto.
“O paciente relata os sintomas, o médico vai medicar e encaminhar para exames. Se o paciente fizer exame, ele retorna para o médico dar o parecer dele”, acrescenta Cyntia, que já precisou recorrer aos médicos voluntários para um tratamento preventivo quando foi contaminada pelo coronavírus.
Cyntia, secretária do projeto,
precisou recorrer aos médicos voluntários devido à doença. (Foto: Arquivo
Pessoal)
Médicos de prontidão
Os atendimentos online são realizados de segunda a sexta-feira,
por um período de 4 horas, de forma gratuita. Atualmente, o projeto conta com
17 médicos, sendo 16 voluntários e uma médica recém-contratada. O
acompanhamento dos pacientes pós-consulta também faz parte do programa.
Para a médica Ana Priscila Lima, a telemedicina cumpre um papel
que vai muito além da saúde. “Temos que estar preparados para também levar
conforto para os nossos irmãos. Muita gente, além de um diagnóstico, precisa de
uma palavra amiga, de abrigo do corpo e da alma”, afirma.
Segundo o médico José Roberto Nogueira, membro titular da
Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular e professor de Medicina pela
Universidade de Vila Velha, é preciso tratar a Covid-19 de forma precoce.
“Tempo é vida. Diagnóstico precoce e intervenção imediata com
utilização de protocolo confiável propicia prognóstico favorável”, explica José
Roberto.
O médico Sérgio Luiz Barrote, especialista em Cardiologia,
Ecocardiografia, Geriatria e Nutrologia, já atendeu mais de 600 pacientes pela
plataforma e realizou cerca de 500 consultas por mensagem.
“A iniciativa da Igreja Cristã Maranata de oferecer serviços de
telemedicina para todos os seus membros foi muito importante e oportuna”,
afirma Barrote, que aproveitou o projeto para fortalecer laços com outros
profissionais. “Foi formado um grupo de WhatsApp entre os médicos e foram
compartilhados diversos artigos científicos para o tratamento precoce da Covid
e orientações para os pacientes e seus familiares”.
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