segunda-feira, 22 de outubro de 2018

DICA DE SAÚDE DA SEMANA

DESCOLAMENTO PREMATURO DA PLACENTA (DPP)

O descolamento prematuro da placenta também pode ser chamado de placenta ab-rupta ou desprendimento placentário. Esse problema consiste em uma complicação não comum e bastante grave da gestação em que há o descolamento (parcial ou total) do útero antes do parto, ou seja, o útero é separado da placenta (geralmente ocorre no terceiro trimestre da gravidez ou em gestantes com mais de 20 semanas de gestação). Isso resulta em algo que pode ser fatal, tanto para a mãe, quanto para o bebê, já que a perda do contato entre o útero e a placenta leva à privação de nutrientes e oxigênio para o feto, além do risco de hemorragia pela perda sanguínea da mãe. Por isso, requer urgência e deve-se imediatamente procurar o serviço de pronto-atendimento. 

A placenta é um órgão arredondado e achatado que só existe durante o período da gestação. Ela tem como função levar oxigênio e nutrientes para o feto por meio da troca sanguínea com a mãe. Esse órgão apresenta duas faces, uma é colada à parede uterina e ligada a diversos vasos sanguíneos da mãe; e a outra é voltada para o feto, conectando-se ao cordão umbilical. Dessa forma, a placenta funciona como ponte entre as circulações sanguíneas do feto e da mãe. Numa gestação normal, a placenta fica firme ligada à parede uterina até depois do nascimento do bebê. Normalmente o descolamento prematuro da placenta é acompanhado de sangramento vaginal; contudo esse sangue pode ficar preso entre a parede uterina e a placenta, não havendo assim, sangue exteriorizado pela vagina. Em casos como esse, o descolamento pode ocorrer de forma silenciosa, sendo bastante perigoso para a mãe e para o bebê.

Dentre as possíveis causas do DPP estão os traumas ou lesões abdominais (pancadas, quedas, acidentes), assim como perda rápida de líquido amniótico. O descolamento também pode ser desencadeado por alguns fatores de risco como gravidez gemelar (gêmeos), descolamento de placenta em gestação anterior, tabagismo, pré-eclâmpsia ou eclâmpsia, hipertensão arterial, uso de drogas (especialmente a cocaína), distúrbios da coagulação sanguínea, esforço físico intenso, infecção, idade materna acima de 40 anos (o risco já começa a elevar a partir dos 35 anos), rompimento precoce da bolsa e amniocentese (procedimento médico de retirada de amostra do líquido amniótico para exame). Alguns sintomas mais comuns do DPP são dor abdominal e dor nas costas, que podem surgir repentinamente, sangramento vaginal (a quantidade pode variar ou até mesmo não ocorrer) e contrações uterinas rápidas. 

Para diagnosticar o DPP alguns exames podem ser úteis, como ultrassonografia abdominal ou vaginal, hemograma completo, monitoramento fetal, exame pélvico, etc. Esses exames servem para reforçar a suspeita clínica do médico. Infelizmente não é possível recolocar a placenta no lugar, mas existem métodos para tratar esse descolamento. Caso o bebê ainda não esteja perto de nascer e o descolamento for leve, com o ritmo cardíaco fetal normal, a mãe deve ser internada para acompanhamento. Se houver parada no sangramento e o bebê se apresentar estável, pode até ser possível a recuperação em casa. Entretanto se o bebê já estiver perto de nascer (geralmente após 34 semanas de gestação) e o descolamento for mínimo, pode haver um acompanhamento do parto vaginal, caso haja possibilidade. 

Se o descolamento estiver progredindo e comprometendo a saúde do bebê, deve ser realizado um parto cesariano. Nos casos em que ocorrem hemorragias graves, pode haver a necessidade de transfusão sanguínea. Não há como prevenir diretamente o DPP, contudo é possível minimizar os fatores de risco para seu acontecimento. Caso você tenha tido um descolamento anteriormente e está desejando engravidar novamente, converse com o seu médico sobre maneiras para reduzir o risco de um novo descolamento antes de uma nova gestação. Além disso, é de suma importância que haja um monitoramento de toda a gravidez através do pré-natal. 

Enfermeira Rebeca Revorêdo Sinedino



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