DICA DE SAÚDE DA SEMANA
DESCOLAMENTO PREMATURO DA PLACENTA (DPP)
O
descolamento prematuro da placenta também pode ser chamado de placenta
ab-rupta ou desprendimento placentário. Esse problema consiste em uma
complicação não comum e bastante grave da gestação em que há o
descolamento (parcial ou total) do útero antes do parto, ou seja, o
útero é separado da placenta (geralmente ocorre no terceiro trimestre da
gravidez ou em gestantes com mais de 20 semanas de gestação). Isso
resulta em algo que pode ser fatal, tanto para a mãe, quanto para o
bebê, já que a perda do contato entre o útero e a placenta leva à
privação de nutrientes e oxigênio para o feto, além do risco de
hemorragia pela perda sanguínea da mãe. Por isso, requer urgência e
deve-se imediatamente procurar o serviço de pronto-atendimento.
A
placenta é um órgão arredondado e achatado que só existe durante o
período da gestação. Ela tem como função levar oxigênio e nutrientes
para o feto por meio da troca sanguínea com a mãe. Esse órgão apresenta
duas faces, uma é colada à parede uterina e ligada a diversos vasos
sanguíneos da mãe; e a outra é voltada para o feto, conectando-se ao
cordão umbilical. Dessa forma, a placenta funciona como ponte entre as
circulações sanguíneas do feto e da mãe. Numa gestação normal, a
placenta fica firme ligada à parede uterina até depois do nascimento do
bebê. Normalmente o descolamento prematuro da placenta é acompanhado de
sangramento vaginal; contudo esse sangue pode ficar preso entre a parede
uterina e a placenta, não havendo assim, sangue exteriorizado pela
vagina. Em casos como esse, o descolamento pode ocorrer de forma
silenciosa, sendo bastante perigoso para a mãe e para o bebê.
Dentre
as possíveis causas do DPP estão os traumas ou lesões abdominais
(pancadas, quedas, acidentes), assim como perda rápida de líquido
amniótico. O descolamento também pode ser desencadeado por alguns
fatores de risco como gravidez gemelar (gêmeos), descolamento de
placenta em gestação anterior, tabagismo, pré-eclâmpsia ou eclâmpsia,
hipertensão arterial, uso de drogas (especialmente a cocaína),
distúrbios da coagulação sanguínea, esforço físico intenso, infecção,
idade materna acima de 40 anos (o risco já começa a elevar a partir dos
35 anos), rompimento precoce da bolsa e amniocentese (procedimento
médico de retirada de amostra do líquido amniótico para exame). Alguns
sintomas mais comuns do DPP são dor abdominal e dor nas costas, que
podem surgir repentinamente, sangramento vaginal (a quantidade pode
variar ou até mesmo não ocorrer) e contrações uterinas rápidas.
Para
diagnosticar o DPP alguns exames podem ser úteis, como ultrassonografia
abdominal ou vaginal, hemograma completo, monitoramento fetal, exame
pélvico, etc. Esses exames servem para reforçar a suspeita clínica do
médico. Infelizmente não é possível recolocar a placenta no lugar, mas
existem métodos para tratar esse descolamento. Caso o bebê ainda não
esteja perto de nascer e o descolamento for leve, com o ritmo cardíaco
fetal normal, a mãe deve ser internada para acompanhamento. Se houver
parada no sangramento e o bebê se apresentar estável, pode até ser
possível a recuperação em casa. Entretanto se o bebê já estiver perto de
nascer (geralmente após 34 semanas de gestação) e o descolamento for
mínimo, pode haver um acompanhamento do parto vaginal, caso haja
possibilidade.
Se o descolamento estiver progredindo e comprometendo a
saúde do bebê, deve ser realizado um parto cesariano. Nos casos em que
ocorrem hemorragias graves, pode haver a necessidade de transfusão
sanguínea. Não há como prevenir diretamente o DPP, contudo é possível
minimizar os fatores de risco para seu acontecimento. Caso você tenha
tido um descolamento anteriormente e está desejando engravidar
novamente, converse com o seu médico sobre maneiras para reduzir o risco
de um novo descolamento antes de uma nova gestação. Além disso, é de
suma importância que haja um monitoramento de toda a gravidez através do
pré-natal.
Enfermeira Rebeca Revorêdo Sinedino
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