segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

DICA DE SAÚDE DA SEMANA

VOCÊ JÁ OUVIU FALAR EM TRANSPLANTE DE FEZES?


Esse é um procedimento onde há o transplante da microbiota fecal, ou seja, das fezes. Ocorre quando há coleta das fezes de uma pessoa doadora (testada previamente) e elas são misturadas à uma solução e coadas; posteriormente são inseridas no intestino do paciente que receberá a doação. 

Esse procedimento pode ser realizado por meio de colonoscopia, endoscopia ou enema (espécie de lavagem intestinal). O transplante fecal tem o objetivo de repor as bactérias naturais do nosso organismo (benéficas), que por algum motivo foram suprimidas ou mortas. Isso ocorre devido ao uso de antibióticos. O procedimento pode ser indicado tanto para adultos, como para crianças. 

A infecção pela bactéria Clostridium difficile leva à colite pseudomembranosa, que provoca diarreias, em muitos casos, graves, e não responde ao tratamento com antibióticos, podendo levar o paciente à óbito. Nesses casos, o transplante fecal é autorizado. Pacientes que estão fazendo uso de drogas imunossupressoras ou que foram submetidos recentemente a algum transplante de medula óssea, que são portadores de cirrose ou são soropositivos, não devem realizar o transplante fecal. 

Para realização desse procedimento deve-se selecionar um doador, que deve ser alguém próximo ao paciente (um parente ou amigo). Essa pessoa deve ter mais de 18 anos, não pode ter realizado tratamento com antibióticos nos últimos três meses e não pode ser portador de doenças autoimunes, gastrointestinais, obesidade, síndromes de dores crônicas, desnutrição ou ter antecedentes de câncer. 

O doador passa por um processo de análise bem rigoroso com testes sorológicos para HIV, hepatites e exames de fezes. O paciente que receberá o transplante passa por um processo preparativo do cólon com laxantes via oral para fazer a eliminação de todo o conteúdo fecal. Vale salientar que o procedimento do transplante não é de alta complexidade. 

Os riscos desse procedimento se relacionam com o doador, pois através dele pode haver a transmissão de micro-organismos patogênicos. Com o procedimento bem sucedido, o paciente tem uma recuperação tranquila e uma resposta positiva ao tratamento normalmente ocorre nos primeiros dias. 

Enfermeira Rebeca Revorêdo Sinedino




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