DICA DE SAÚDE DA SEMANA
O QUE É ESÔFAGO DE BARRETT?
O
esôfago de Barrett resulta de repetidos episódios de refluxo
gastroesofágico que provoca uma alteração nas células que revestem a
porção inferior esofágica, transformando o epitélio escamoso (normal) em
epitélio colunar, que é típico das regiões gástrica e intestinal;
chamada de metaplasia intestinal.
A frequente exposição da mucosa
esofágica ao conteúdo gástrico, provoca uma inflamação crônica, levando à
alteração celular, o que significa uma tentativa de proteção do
organismo contra a acidez. Estudos apontam que esse problema ocorre mais
frequentemente em homens brancos que em mulheres. Além disso, é mais
comum surgir em tabagistas e etilistas. Raramente ocorre em descendentes
de africanos e asiáticos. Pacientes que sofrem desse mal, apresentam um
risco maior para desenvolver câncer de esôfago, daí a importância de um
tratamento adequado. É de suma importância fazer um acompanhamento da
lesão com o médico gastroenterologista, com auxílio de endoscopias e
biópsias.
A
maior causa do Esôfago de Barrett é a história de refluxo prévio,
entretanto ele é intensificado por outros fatores como maus hábitos
alimentares, obesidade e tabagismo. Não há sintomas específicos; pois
eles são os mesmos decorrentes do refluxo e da esofagite. Os mais
frequentes são sensação de queimação, azia, desconforto torácico, dores e
sensação de entalo. O refluxo pode acontecer no período noturno
provocando falta de ar. Além desses sintomas, podem surgir outros, de
acordo com cada paciente, como rouquidão, tosse crônica, pigarro e
sensação de garganta irritada.
O
diagnóstico é dado através da endoscopia digestiva onde há a
identificação de uma área de mucosa cor salmão ou vermelho-róseo.
Entretanto a endoscopia apenas sugere essa alteração, só sendo
confirmada após a biópsia, feita com uma pequena amostra do tecido
esofágico. A evolução para o adenocarcinoma (câncer), é resultado de
eventos genéticos que vão progredindo nesta sequência: metaplasia
intestinal, displasia de baixo grau, displasia de alto grau e
adenocarcinoma. Por isso é importante o acompanhamento com exames e
biópsias na progressão da doença.
O tratamento não é específico para o
Esôfago de Barrett, pois objetiva tratar o refluxo, aliviando assim os
sintomas. Além das medicações usadas, são importantes medidas de mudança
no estilo de vida. Nos estágios iniciais, podem ser usados medicamentos
para inibição da acidez. Normalmente não há regressão ou cura da
doença, porém é totalmente possível tratar de forma adequada, evitando
assim a piora e, consequente progressão para um câncer. Nos casos em que
medicações e dieta não são suficientes, pode ser necessária uma
cirurgia chamada antirrefluxo (construção de uma nova válvula
gastroesofágica, utilizando uma porção do estômago). Nos casos mais
graves, onde há risco de desenvolvimento de neoplasia, podem ser feitas
cirurgias mais complexas como a remoção do revestimento interno
esofágico ou de parte, ou ainda de todo o esôfago.
É
possível prevenir o Esôfago de Barrett associando um tratamento
adequado do refluxo gastroesofágico, assim como da esofagite, mantendo
hábitos saudáveis de vida e tomando medicamentos adequados, prescritos
pelo médico.
Enfermeira Rebeca Revorêdo Sinedino
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