segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

DICA DE SAÚDE DA SEMANA

O QUE É ESÔFAGO DE BARRETT?


O esôfago de Barrett resulta de repetidos episódios de refluxo gastroesofágico que provoca uma alteração nas células que revestem a porção inferior esofágica, transformando o epitélio escamoso (normal) em epitélio colunar, que é típico das regiões gástrica e intestinal; chamada de metaplasia intestinal. 

A frequente exposição da mucosa esofágica ao conteúdo gástrico, provoca uma inflamação crônica, levando à alteração celular, o que significa uma tentativa de proteção do organismo contra a acidez. Estudos apontam que esse problema ocorre mais frequentemente em homens brancos que em mulheres. Além disso, é mais comum surgir em tabagistas e etilistas. Raramente ocorre em descendentes de africanos e asiáticos. Pacientes que sofrem desse mal, apresentam um risco maior para desenvolver câncer de esôfago, daí a importância de um tratamento adequado. É de suma importância fazer um acompanhamento da lesão com o médico gastroenterologista, com auxílio de endoscopias e biópsias.

A maior causa do Esôfago de Barrett é a história de refluxo prévio, entretanto ele é intensificado por outros fatores como maus hábitos alimentares, obesidade e tabagismo. Não há sintomas específicos; pois eles são os mesmos decorrentes do refluxo e da esofagite. Os mais frequentes são sensação de queimação, azia, desconforto torácico, dores e sensação de entalo. O refluxo pode acontecer no período noturno provocando falta de ar. Além desses sintomas, podem surgir outros, de acordo com cada paciente, como rouquidão, tosse crônica, pigarro e sensação de garganta irritada.

O diagnóstico é dado através da endoscopia digestiva onde há a identificação de uma área de mucosa cor salmão ou vermelho-róseo. Entretanto a endoscopia apenas sugere essa alteração, só sendo confirmada após a biópsia, feita com uma pequena amostra do tecido esofágico. A evolução para o adenocarcinoma (câncer), é resultado de eventos genéticos que vão progredindo nesta sequência: metaplasia intestinal, displasia de baixo grau, displasia de alto grau e adenocarcinoma. Por isso é importante o acompanhamento com exames e biópsias na progressão da doença. 

O tratamento não é específico para o Esôfago de Barrett, pois objetiva tratar o refluxo, aliviando assim os sintomas. Além das medicações usadas, são importantes medidas de mudança no estilo de vida. Nos estágios iniciais, podem ser usados medicamentos para inibição da acidez. Normalmente não há regressão ou cura da doença, porém é totalmente possível tratar de forma adequada, evitando assim a piora e, consequente progressão para um câncer. Nos casos em que medicações e dieta não são suficientes, pode ser necessária uma cirurgia chamada antirrefluxo (construção de uma nova válvula gastroesofágica, utilizando uma porção do estômago). Nos casos mais graves, onde há risco de desenvolvimento de neoplasia, podem ser feitas cirurgias mais complexas como a remoção do revestimento interno esofágico ou de parte, ou ainda de todo o esôfago.

É possível prevenir o Esôfago de Barrett associando um tratamento adequado do refluxo gastroesofágico, assim como da esofagite, mantendo hábitos saudáveis de vida e tomando medicamentos adequados, prescritos pelo médico.

Enfermeira Rebeca Revorêdo Sinedino



Nenhum comentário:

Postar um comentário