DICA DE SAÚDE DA SEMANA
O QUE É COLELITÍASE?
A
colelitíase consiste na presença de cálculos, mais conhecidos como
pedras, dentro da vesícula biliar. A vesícula é um órgão pequeno com
formato de pera que se localiza próximo ao fígado. Ela tem a função de
armazenar a bile (líquido amarelo esverdeado que é produzido pelo fígado
e liberado na presença de alimentos, principalmente aqueles ricos em
gorduras, com função de digerir as gorduras, além de auxiliar na
absorção dos nutrientes e vitaminas). Ao entrar em contato com o
alimento, a bile auxilia no processo de digestão que foi iniciado ainda
no estômago.
Há três tipos de cálculos:
Cálculo de colesterol: é o tipo mais comum. Composto por colesterol e cálcio;
Cálculo de bilirrubinato de cálcio (cálculo preto): esse é o segundo tipo mais comum. Geralmente ocorre em doentes que apresentam hemólise (destruição das células vermelhas - hemácias);
Cálculo pigmentado marrom ou castanho: faz parte da minoria dos casos e não é formado na vesícula biliar, e sim no ducto colédoco.
Normalmente, o cálculo se dá devido ao aumento da concentração de colesterol e cálcio no interior da vesícula.
Muitos
pacientes que apresentam cálculos na vesícula passam a vida toda e não
apresentam nenhum sintoma; contudo nos casos em que há o aparecimento de
sintomas, o principal é a cólica biliar que ocorre quando o cálculo
fica preso na saída da vesícula por um período de tempo (entre 4 e 6
horas). Quando passa desse tempo, há um quadro chamado de colecistite
(inflamação da vesícula). Essa cólica é caracterizada por uma dor
contínua, aguda, localizada na região da vesícula, um pouco acima do
umbigo que pode se irradiar para a escápula direita. Em muitos casos, a
dor surge após uma refeição com alimentos gordurosos. A dor pode durar
de 1 a 5 horas. Dificilmente uma crise durará mais que 24 horas ou
durará menos que 1 hora. As cólicas se repetem em dias ou meses,
geralmente o paciente apresentando uma crise por semana. Além das
cólicas, podem surgir sintomas como náuseas e vômitos. A presença de
febre e calafrios é rara. O paciente pode sentir dor durante uma
palpação do quadrante superior direito do abdome, assim como na região
epigástrica.
Quando
há suspeita de colelitíase, o primeiro exame a ser solicitado é a
ultrassonografia. Ela permite a visualização dos sistemas biliares e do
fígado e pâncreas. Geralmente, exames laboratoriais não auxiliam no
diagnóstico.
Se
o paciente não apresentar sintomas, a colecistectomia (cirurgia para
retirada da vesícula) não é indicada, exceto nos casos em que os
cálculos apresentam um tamanho superior a 3 cm, associados a pólipos ou
alguma anomalia congênita da vesícula. Em pacientes com cólicas biliares
presentes, há indicação da cirurgia. A colecistectomia pode ser
realizada pela técnica convencional (aberta), onde há uma incisão
(corte) abdominal ou por videolaparoscopia (feita através de pequenos
orifícios. É menos invasiva que a convencional). Tem melhores resultados
estéticos.
Para
aqueles pacientes que se recusam a ser submetidos ao procedimento
cirúrgico, ou têm grandes riscos operatórios, pode ser realizada a
litíase vesicular (uma espécie de fragmentação dos cálculos) por
ingestão de medicamentos; ou pode ser feita a litotripsia extracorpórea
através de ondas de choque no corpo para auxiliar na desobstrução e
dissolução dos cálculos.
Enfermeira Rebeca Revorêdo Sinedino
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