segunda-feira, 20 de maio de 2024

DICA DE SAÚDE DA SEMANA

VOCÊ JÁ OUVIU FALAR EM BALÃO INTRAGÁSTRICO?


Ficar magro é o objetivo da maior parte das pessoas. Quando essa questão está diretamente relacionada à saúde, é de suma importância. De acordo com dados do Ministério da Saúde, aqui no Brasil, o sobrepeso e a obesidade têm aumentado bastante nos últimos 6 anos. Dessa forma, uma maneira para tratar a obesidade é o balão intragástrico, que consiste em uma espécie de bola de silicone, bastante resistente que suporta o ambiente estomacal, que é muito ácido, por mais de 6 meses. 

Esse balão é maleável e contém em seu interior um líquido, que consiste em soro fisiológico e um corante (azul de metileno). Esse corante é importante para identificar quando o balão se rompe, pois quando isso ocorre, a urina do paciente sai azul ou esverdeada, permitindo assim, a identificação do problema. 

Ele é projetado para ser inflado no interior gástrico por meio de uma endoscopia, em poucos minutos, não sendo considerado uma cirurgia. Quando ele esvazia de forma espontânea, é como um pneu de carro que fura e murcha lentamente, não como uma bexiga que estoura. Quando isso ocorre, deve ser retirado. Para tanto, também é realizada a endoscopia onde se faz necessário uma pequena perfuração no balão, aspiração do líquido e remoção. 

É um procedimento realizado em caráter ambulatorial, sem necessidade de internação hospitalar. O balão reduz a capacidade estomacal pela metade, o que leva à perda do apetite, causando sensação de saciedade, levando assim, ao emagrecimento. É sempre muito importante consultar um médico, pois ele é quem vai dizer se será indicado o uso do balão.

Há vários tipos de balões, contudo no Brasil são comercializados apenas alguns. O tipo é escolhido pelo médico a partir da necessidade e do perfil de cada paciente. Estudos apontam que de 100 pacientes que colocam o balão, apenas 75 cumprem a meta mínima (perdem 10% do peso), porém dos pacientes que atingem a meta e emagrecem, cerca de 47% recupera o peso após um ano de retirada do balão. 

Dessa forma, é importante lembrar que não adianta realizar o procedimento se os hábitos de vida não mudarem para melhor. Diferentemente da cirurgia bariátrica, o balão intragástrico apresenta uma eficácia limitada, pois não provoca mudanças hormonais e/ou fisiológicas que sejam capazes de controlar as doenças associadas à obesidade.

Esse procedimento apresenta vantagens, por ser uma técnica endoscópica. São elas: não é um procedimento cirúrgico, portanto não necessita de hospitalização, realizado apenas em caráter ambulatorial; é transitório e reversível, podendo ser interrompido a qualquer momento; pode ser realizado mais de uma vez e é um tratamento considerado de baixo risco para complicações ou morte.

Nos dias seguintes à colocação do balão, o paciente pode apresentar sintomas como náuseas, vômitos e cólicas; o que é comum, pois o corpo naturalmente tenta expelir o balão, até o momento, sendo considerado um corpo estranho. Esse procedimento não é realizado pelo SUS e custa cerca de 10 mil reais. 

Nos primeiros 21 dias após a colocação do balão, o paciente deve fazer uma dieta líquida, sendo permitido apenas bebidas isotônicas, chás, picolés de fruta e água de coco. Ao passar esse período, são permitidos alimentos mais cremosos, como as sopas. Após o período de 30 dias, podem ser acrescentados alimentos sólidos, porém em uma quantidade muito pequena.

Não existe idade mínima ou máxima estabelecida para realização desse procedimento, entretanto o público adolescente tem uma maior taxa de insucesso devido às características comportamentais específicas dessa faixa etária. Ademais, pessoas abaixo de 16 anos, devem ter uma indicação por um pediatra ou por um endocrinologista e o parecer psicológico é obrigatório. 

Pessoas mais velhas normalmente se comportam melhor com o balão e se comprometem mais com o tratamento, contudo, devido às características metabólicas da própria faixa etária, o tratamento é um pouco mais difícil, devido ao metabolismo mais lento, por exemplo. 

As contraindicações consistem na relação da presença de patologias prévias que não permitam o uso do balão, portanto é imprescindível a avaliação médica antes de iniciar o tratamento com o balão. Outras contraindicações estão ligadas às condições próprias do estômago, como operações passadas, presença de tumores, úlceras em atividade e presença de hérnia maior que 5 cm. 

Para que seja implantado, é preciso um jejum de no mínimo 8 horas. É recomendada uma dieta leve, se possível líquida nos dias antecedentes ao procedimento para que o estômago possa "repousar" antes da colocação do balão.

Esse tratamento é considerado de baixo risco, mas mesmo assim existem possíveis riscos e complicações, embora sejam raras.

Algumas delas são: aparecimento de úlceras gástricas, provocando assim perfurações e/ou hemorragias, esofagite, intolerância ao balão, rompimento do balão ou sua migração para o intestino, obstrução intestinal e infestação fúngica.

Pesquisas apontam que a média de perda de peso no Brasil é de cerca de 20% do peso total, quando o tratamento é feito corretamente. O principal benefício do balão é a perda de peso, além disso, ele provoca uma mudança no comportamento do indivíduo por meio de uma reeducação alimentar, mudança de autoestima pela configuração metabólica no organismo sem precisar de procedimento cirúrgico.

Enfermeira Rebeca Revorêdo Sinedino



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