DICA DE SAÚDE DA SEMANA
VOCÊ SABE O QUE É MORTE CEREBRAL?
Também
conhecida como morte encefálica, acontece quando não existe mais
atividade no cérebro, constituindo-se como algo irreversível. Essa
atividade pode ser elétrica que são os impulsos entre os neurônios,
metabólica ou circulatória quando está associada ao uso do oxigênio, da
glicose e de nutrientes pelas células do cérebro. A morte encefálica
classifica o fim da vida, ainda que o coração e os pulmões estejam em
funcionamento por meio de aparelhos e medicações específicas. Quando o
cérebro não está mais em funcionamento, a medula espinal ainda é capaz
de realizar determinadas funções (entra em ação o sistema nervoso
autônomo); funcionando de uma forma inconsciente, isso pode fazer com
que o corpo apresente reflexos, mesmo que poucos, assim como o
funcionamento de alguns órgãos.
Quando
um paciente está internado e em estado comatoso (coma) que já não reage
mais a estímulos, o médico pode suspeitar de morte encefálica. O
diagnóstico deve ser realizado seguindo uma lista de critérios que são
determinados pela Academia Brasileira de Neurologia, baseada em
protocolos internacionais e normalmente é dado por dois médicos, não
necessariamente neurologistas, em um intervalo de tempo que pode variar
de 6 a 24 horas ou até 48 horas no caso de crianças. Alguns exames
clínicos que fazem parte dos testes para confirmação do diagnóstico são:
reflexo da pupila, da córnea, teste oculomotor, estímulo doloroso,
reflexo da tosse e teste de apneia. Se o paciente não apresentar reação a
nenhum dos testes realizados, ainda assim é necessário comprovar a
inatividade do cérebro com pelo menos um destes exames: doppler
transcraniano (observa a pulsão de sangue pelas artérias), arteriografia
digital (avalia artérias cerebrais) e eletroencefalograma
(avalia impulsos elétricos).
É
importante lembrar que um coma pode evoluir para uma morte encefálica,
entretanto são quadros distintos. Um coma pode ser um quadro onde há
rebaixamento do nível de consciência, por diversos fatores, podendo ser
intercalado com períodos de despertar, chamado de coma superficial.
No
coma profundo, os períodos de rebaixamento de consciência são mais
longos, mas ainda existe atividade cerebral e o paciente pode até mesmo
perceber os estímulos. Já na morte cerebral, o cérebro não apresenta
mais nenhuma atividade. Geralmente as mortes encefálicas evoluem dos
comas profundos que são causados por algumas condições agudas de saúde,
como tumores cerebrais, acidentes vasculares cerebrais, traumas
cranianos, infecções, infartos, comas alcoólicos e até mesmo hemorragias
cerebrais.
Após
a morte ser comunicada à família do paciente, os parentes devem
sinalizar ao hospital se a pessoa é doadora de órgãos; caso seja, as
máquinas são mantidas ligadas tempo o suficiente para a remoção dos
órgãos que serão doados e após isso, são desligadas.
Enfermeira Rebeca Revorêdo Sinedino
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